sábado, 23 de março de 2013

Apoio a start-ups divide opiniões em congresso de empreendedorismo

Até onde governos e políticas públicas podem e devem ajudar start-ups e pequenas empresas? Governos de economias em crise, como a Itália, têm investido no apoio ao empreendedorismo, mas em economias em desenvolvimento, como em países da África, as políticas públicas têm de equilibrar o apoio às start-ups e às empresas consolidadas para gerar empregos.
Startups

O tema reuniu especialistas de diferentes nacionalidades no Congresso Global de Empreendedorismo, que terminou na quinta-feira (21) no Rio, reunindo 4 mil participantes, com representantes de 125 países.

Para Ayla Matalon, diretora-executiva do MIT Enterprise Fórum de Israel, uma questão importante é o quanto o governo deve influenciar na criação de uma start-up.

“O melhor é que tente prover a infraestrutura e influencie o mínimo possível”, disse, explicando que em Israel o governo conseguiu realçar start-ups, mas com falhas no processo. “A resposta é tente acertar, tente fornecer a melhor infraestrutura possível, e, se interferir, que seja por um tempo e, depois, dê um passo atrás”, disse.

Ayla considera ainda que as grandes corporações estão operando o mundo tão bem quanto os governos. “Se a Intel decidir que vai fazer uma nova fábrica, os países vão se candidatar e ela escolherá. Os governos, em alguns casos, estão subordinados às grandes corporações. Elas são responsáveis pelo bem-estar das pessoas e devem assumir isso”, afirmou.

Esperanza Lasagabaster, gerente de Inovação e Empreendedorismo do Banco Mundial, focou sua opinião na África, onde, segundo explicou, as políticas públicas têm que equilibrar estratégias para apoiar o empreendedorismo do futuro e as microempresas atuais que possam envolver indivíduos na atividade econômica em vez de conflitos.

“No longo prazo, as empresas globais trarão diferenças para a economia com empregos de valor. Do ponto de vista prático, os projetos de microempresas precisam de acesso a financiamentos e de instrumentos para facilitar o treinamento. É preciso dar apoio a polos de crescimento para criar um ecossistema, ligar as empresas à economia local para ter um efeito maior.”

Ela explicou que, ao contrário da África subsaariana, o Leste africano tem bom clima de investimento, e os governos avançaram no arcabouço regulatório.

“O empreendedorismo tem foco na inovação, pois aqueles países herdaram um bom capital humano das economias anteriores”, disse.

Patrick Lim, chefe do New Business Suppot, de Cingapura, explicou que em seu país foi preciso levar o tema do empreendedorismo às escolas para poder mudar a cultura e vencer a resistência da sociedade, focada na busca de empregos formais e tradicionais.

“Em Cingapura, a jornada rumo ao empreendedorismo começou em 2000. A China e a Índia atraíam mais investimentos, então, começamos a construir nossos próprios empreendedores, criando empregos de alto valor. Houve resistência da população adulta, pois, na época, a tradição era ser médico, advogado ou engenheiro. Então fomos às escolas apresentar empreendedores e suas experiências e histórias de sucesso”.

Para ele, a iniciativa teve resultado e a cultura foi mudando, depois de mais de três mil palestras realizadas em escolas. Patrick Lim disse que é preciso semear as ideias na juventude com muito apoio da comunidade. “Os mentores vão vender a palavra do empreendedor. O governo dá o dinheiro e o empreendedor faz a cultura. Assim, estamos endossando o empreendedorismo”.

Na Itália, o governo resolveu investir no empreendedorismo diminuindo a burocracia e criando um mercado mais liberal, com um novo sistema fiscal, a partir de uma lei aprovada em dezembro passado, segundo o conselheiro-chefe do Ministério do Desenvolvimento Econômico, Alessandro Fusacchia.

"O governo deve interferir sim. Estimulamos o capital intelectual das universidades para que as pessoas fiquem atentas às oportunidades de abrir empresas. As pesquisas acadêmicas têm que estar conectadas com as necessidades das empresas e, mais tarde, com as do mercado global”, disse. O conselheiro do ministério afirmou ainda que tem que haver uma revolução cultural em relação ao fracasso. “Na Europa, se fracassar está morto. Mas temos que chegar à abordagem americana: se falhar, ganha experiência e vai tentar de novo. Essa cultura tem que ser mudada”, disse.

Para o diretor executivo do InnovaChile, Conrad Von Ingel, os governos têm que trabalhar muito, mas sem ficar presos a modelos. No caso do Chile, uma das soluções é a migração positiva, ressaltou. “Temos que atrair talentos porque não temos cultura de empreendedores. Os empreendedores não tinham mentalidade global, só focavam em questões locais. E isso não é interessante por que o Chile como mercado é distante. Por isso investimos em trazer talentos para o país, para interagir com a cultura local, e assim termos nossos empreendedores olhando os problemas locais com visão global”, explicou.

Fonte: artigo de Lilian Quaino para o G1

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quinta-feira, 21 de março de 2013

Data Center do BB e Caixa marca início de parceria entre os bancos

O datacenter conjunto entre Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, primeira Parceira Público-Privada federal, foi inaugurado na manhã desta quarta-feira, 20, pelos presidentes dos dois bancos no Parque Tecnológico da Capital Digital, em Brasília (DF). O sistema servirá de modelo para novas parcerias.
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O empreendimento deve resultar numa economia de mais 20% em infraestrutura para as duas instituições e pode ser apenas o primeiro de outros projetos desenvolvidos em conjunto. Durante a inauguração, o presidente da Caixa, Jorge Hereda, afirmou que está em estudos o compartilhamento total, “desde serviços de transportes até a aquisição de suprimentos e equipamentos”. A intenção é, dentro dos limites legais, efetuar o máximo de operações conjuntas possíveis, a fim de diminuir custos para ambas que, segundo o presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine, podem se beneficiar da parceria. Atualmente, BB e Caixa já compartilham terminais de autoatendimento, por exemplo.

Conforme TI IINSIDE Online havia adiantado no início de fevereiro, o projeto consumiu um investimento total de R$ 320 milhões, sendo que o BB entrou com 80% do montante e a Caixa, com os 20% restantes. O complexo será administrado por uma empresa terceirizada, criada com esse objetivo específico, a GBT S.A., cujo contrato tem duração  de 15 anos. Ele fica localizado na região da Granja do Torto, em Brasília, e será o carro-chefe do Parque Tecnológico da Capital Digital, projeto do governo do Distrito Federal que pretende atrair R$ 2,5 bilhões na área de tecnologia da informação para a capital do país.

Fonte: TI Inside

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terça-feira, 19 de março de 2013

Validade Jurídica do Termo de Adesão de um Software ou Site

Para se viver em sociedade é necessária a existência de regras. Você já imaginou se as pessoas pudessem fazer o que bem entendessem independente da vontade e do interesse das demais? Certamente seria extremamente difícil a convivência humana.

Pois bem. O Direito, ciência que se dedica à regulamentação das relações entre as pessoas, possui duas grandes fontes de regras: a Lei e os Contratos. A primeira é direcionada da autoridade competente (Governo) para os particulares, estabelecendo regras que devem ser observadas por todos. Já a segunda (Contratos) é estabelecida por iniciativa dos particulares e conterá as regras acordadas entre as partes.

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Contratos, em geral, são bilaterais, ou seja, são formalizados por pelo menos duas pessoas, os chamados contratantes. Ocorre que os contratos não são estáticos, mas se desenvolvem de acordo com a dinâmica das relações humanas. Assim, é natural que novas modalidades de contratos surjam de acordo com a necessidade social.

Podemos perceber na época atual que cada vez mais o chamado Contrato de Adesão vem ganhando espaço. Contrato de Adesão é o tipo de contrato cujas regras são determinadas por uma só das partes, enquanto cabe a outra apenas aceitar as regras nele estabelecidas. Se não houver a aceitação integral dos termos do contrato, não haverá contratação.

A Internet tem contribuído, e muito, para a popularização do Contrato de Adesão. Isso se deve ao fato de a Internet ser uma ferramenta extremamente ágil que não pode estar limitada à antiga forma de contratação, na qual as partes discutem os termos, imprimem, assinam e autenticam suas assinaturas. Nem é possível imaginar, por exemplo, que o usuário de um site de compras possa entrar em contato com o vendedor para discutir prazo de entrega, modo de pagamento, responsabilidade pelo transporte, entre outros temas. Isso inviabilizaria o e-commerce.

Dessa forma, para se evitar maiores burocracias e otimizar o tempo, no mundo virtual adotou-se quase que integralmente o Contrato de Adesão, apesar de não ser conhecido por este nome. O mais comum é chamá-lo de Termo de Responsabilidade, Regras de Utilização ou Termos de Uso dos sites. A finalidade, porém, é sempre a mesma: regulamentar uma contratação, qual seja, a relação entre o site (prestador de serviços ou fornecedor de um bem - contratada) e o usuário (tomador de serviços ou comprador - contratante) da forma mais prática e célere possível.

Contudo, em um Contrato de Adesão sempre há uma parte mais frágil, que é justamente a parte que precisa aceitar todos os termos sem poder negociá-los (aderente). O Governo, se apercebendo desse desequilíbrio contratual, estipulou regras que visam proteger o aderente, como algumas disposições do Código Civil (CC) e do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Entre as principais regras, podemos enumerar, além daquelas comuns a todos os contratos, as seguintes: a) se alguma disposição do Contrato for ambígua ou contraditória, é obrigatória a interpretação mais favorável ao aderente (art. 423 CC); b) o Contrato deverá ser confeccionado com fonte não inferior ao corpo 12 (art. 54, § 3º, CDC); c) quando limitar um direito, as cláusulas do Contrato deverão ser redigidas em destaque (art. 54, § 3º, CDC); d) são nulas as cláusulas que prevêem renúncia do aderente à direito que seria resultado da contratação (art. 424 CC).

Não é muito lembrar que o aderente é protegido não só em decorrência do tipo de contrato que formalizou, mas porque, na maior parte dos casos, o aderente também é consumidor, o que atrai todas as disposições protetoras existente no CDC.

Dessa forma, aquele que propõe um Termo de Uso precisa formulá-lo levando em conta que a parte que irá aceitá-lo está protegida pela lei, com vantagem considerável se for necessário discutir a contratação perante o Poder Judiciário.

Por fim, cumpre-nos apontar algumas providências práticas que devem ser adotadas para aumentar a segurança jurídica desse tipo de contratação, olhando do ponto de vista do prestador dos serviços e/ou fornecedor de um bem:

a) por ter conteúdo jurídico, o Contrato precisa ser avaliado por um profissional do Direito;

b) registrar o Contrato junto ao Cartório de Notas dará publicidade aos termos impostos aos aderentes, bem como tornará mais fácil comprovar que não houve mudanças dos termos ou dos limites do Contrato;

c) é necessário adotar um método que ateste a identidade do usuário e de que ele leu e aceitou os termos do Contrato (o que equivale à assinatura do mesmo); e,

d) delimitar precisa e claramente a responsabilidade dos usuários quando no ambiente do site, destacando, como manda a lei, o que não se pode fazer.

Desde que bem utilizado, o Contrato de Adesão é um excelente meio de regrar as relações virtuais, possuindo força jurídica suficiente para proteger o interesse das partes. Porém, quando mal utilizado, não somente a segurança jurídica estará comprometida, como poderá haver, inclusive, transtornos financeiros.

Foi o que aconteceu com o aplicativo/rede social Instangran, que modificou seu Termo de Serviço e estabeleceu uma regra dúbia que dava a impressão de que o conteúdo inserido pelos usuários passaria a ser de propriedade do aplicativo/rede social. O caso foi à Justiça americana e a polêmica impactou negativamente as ações do Facebook (controladora do Instangran) na bolsa de valores.

Fonte: artigo de Márcio Cots (Cots Advogados) para a TI Inside

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sexta-feira, 15 de março de 2013

Ferramenta de anúncios do Google é cara e não funciona, afirma eBay

O site de leilões eBay e um dos maiores anunciantes do Google afirmam que a plataforma de venda de publicidade do gigante das buscas na internet é ineficaz. O Google Adwords, que hoje lidera o mercado de anúncios online e uma das principais fonte de receita do Google, foi tema de um estudo do eBay Labs em parceria com as universidades de Berkeley e de Chicago. O objetivo era descobrir se valia mesmo a pena comprar palavras patrocinadas para os produtos e marcas.
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Segundo o trabalho, ao qual o The Huffington Post teve acesso, para cada dólar pago, houve o retorno de apenas US$ 0,25 em vendas. O documento mostra que anúncios adquiridos por palavras — tais como nomes de marcas ou produtos que teoricamente os usuários estão em busca para adquirir online — podem até ser atrativos para novos usuários, de varejistas desconhecidos. Mas para quem já está familiarizado com o serviço do anunciante ou com o produto procurado, os anúncios no Google são “desnecessários”, pois a compra seria fechada de qualquer maneira sem a necessidade de propaganda. Como a marca “eBay” é amplamente conhecida dos internautas americanos, a companhia diz que o investimento nos anúncios dentro do buscador se tornou dinheiro jogado fora.

O eBay compra mais de 170 milhões de palavras-chave no programa de anúncios do Google, o que faz o gasto anual com essa plataforma ultrapassar os US$ 50 milhões. A conclusão do estudo é que uma métrica simplista sobre o retorno do investimento (ROI) é utilizada atualmente e mostra uma receita cinco vezes superior ao investido. Mas tal parâmetro, indica o relatório, é irreal, pois consumidores comprariam no eBay de qualquer jeito, mesmo sem os anúncios. Por isso, o ROI negativo real chega a 75%.

Além disso, o documento revela que clientes que ainda não tinham adotado o eBay como plataforma de compra (com seis aquisições ou menos nos últimos 12 meses) responderam positivamente à publicidade.

Fonte: TI Inside

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sexta-feira, 1 de março de 2013

A evolução dos relógios inteligentes

Desde os tempos em que os computadores ocupavam salas inteiras e consumiam quantidades inimagináveis de energia o homem imagina um computador pequeno o suficiente para ser carregado no pulso. Na década de 80 conceito se tornou realidade, embora de forma limitada. Seriam necessárias outras três décadas até que o relógio inteligente, ou smartwatch, ocupasse um lugar de destaque. A seguir mostramos alguns destes relógios, desde os primeiros precursores até as pequenas maravilhas atuais.

Mimo Loga (por volta de 1941)

Na década de 40 surgiram os primeiros relógios com calculadora. O Mimo Loga, mostrado abaixo, tinha tabelas logarítmicas integradas às bordas da face, que funcionava como uma régua de cálculo. Embora não fosse eletrônico, foi a primeira vez em que um relógio pode auxiliar na realização de operações matemáticas. Não seria a última.

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Mimo Loga

Hamilton Pulsar (1972) e Time Computer/Calculator (1975)

O primeiro relógio digital foi o Hamilton Pulsar, de 1972. Bastava pressionar o botão para ver a hora, exibida em números vermelhors num primitivo display LED. Três anos depois a Hamilton lançou o primeiro relógio com calculadora, o Time Computer/Calculator. Os botões com os números eram tão pequenos que era necessário usar uma pequena “caneta” para pressioná-los.

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Hamilton Pulsar (à esquerda) e Time Computer/Calculator (direita)

Seiko D409 Dot Matrix LCD Memory Chronograph (1983)

Em 1982 vários fabricantes demonstraram protótipos de relógios capazes de armazenar informações digitadas pelo usuário. Em 1983 a japonesa Seiko foi a primeira empresa a produzir estes relógios em massa, com a série D409. Servindo como um “bloco de notas eletrônico”, os primeiros modelos do D409 podiam armazenar 112 caracteres (quatro vezes menos que este parágrafo) e recuperá-los mais tarde. A digitação era feita com uma caneta em uma diminuta tela sensível ao toque, abaixo da tela principal.

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Seiko D409

Várias empresas continuaram a produzir até a década de 90 relógios similares (conhecidos como “Databank”, banco de dados) capazes de armazenar anotações e números de telefone, embora poucos deles possam ser classificados como smartwatches. Ainda assim demonstravam o conceito de entrada de dados e armazenamento em memória.

Seiko UC-2000 (1984)

Por volta da época em que lançou os relógios da série D409 a Seiko também lançou o Data 2000, que permitia que os usuários fizessem anotações usando um teclado externo. Um ano depois a empresa deu um passo além com o UC-2000, mostrado na imagem abaixo, que funcionava com um acessório opcional que integrava teclado, computador e impressora e usava o relógio como monitor. Com esse conjunto era possível escrever e rodar programas em BASIC, ou carregar programas armazenados em cartuchos, com os resultados exibidos no mostrador do relógio. Sozinho o UC-2000 era capaz de exibir anotações, mas não de rodar programas. Foi quase um smartwatch.

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Seiko UC-2000

Epson RC-20 (1985)

Em 1985 a Epson lançou o que provavelmente foi o primeiro verdadeiro smartwatch, capaz de funcionar por conta própria: era o RC-20, baseado no popular processador Zilog Z80. Os usuários podiam instalar diferentes programas, armazenados em chips de memória lidos por um acessório opcional. Uma vez carregados, os programas rodavam completamente no relógio. De certa forma, foi o primeiro relógio na história capaz de rodar apps.

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Epson RC-20. Note o acessório para leitura de chips com programas no canto inferior esquerdo

Timex Data Link 150 (1994)

Muitos relógios digitais da década de 80 integravam a função de “banco de dados”, e eram programados através de teclados ou transferência de dados através de um computador. O Timex Data Link 150 foi o primeiro destes a permitir a transferência de informações entre um PC e o relógio sem fios, graças a um sensor óptico instalado no mostrador. Você programava seus compromissos e alarmes em um PC, e software especial fazia a tela “piscar” em um padrão de linhas que o relógio traduzia como informações. Apesar disso, o Data Link 150 não era capaz de rodar programas.

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Timex Data Link 150

Seiko Ruputer (1998)

Foi necessária mais de uma década após o Epson RC-20 para que uma empresa evoluísse de forma significativa o conceito do computador de pulso. Em 1988 a Seiko lançou no Japão o Ruputer, equipado com um processador de 16-Bit operando a 3.6 MHz, 128 KB de RAM e 2 MB de memória interna. Usando um PC era possível instalar programas escritos para o relógio, e ver os resultados na tela de 102 x 64 pixels no mostrador.

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Seiko Ruputer. Note o gerenciador de arquivos no relógio à esquerda

Embora fosse um feito técnico impressionante, o Ruputer continuou sendo um produto de nicho. Ele chegou a ser lançado nos EUA dois anos depois, com o nome de Matsucom onHand PC.

IBM Linux Watch (2000) e IBM WatchPad 1.5 (2001)

Em 2000 a IBM fez progresso significativo na pesquisa e desenvolvimento de smartwatches quando criou o Linux Watch (à esquerda na imagem abaixo), o primeiro a rodar o sistema operacional Linux. Ele tinha 8 MB de RAM e 8 MB de memória flash, e era alimentado por uma bateria de Lítio-Polímero.

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IBM Linux Watch (esquerda) e WatchPad 1.5 (direita)

No ano seguinte a IBM colaborou com a Citizen para criar um protótipo chamado WatchPad 1.5. Ele também rodava Linux, mas em um processador ARM de 74 MHz. Nenhum deles se tornou um produto comercial, mas ambos serviram como importantes provas de conceito para a categoria.

World Network Limited Web-@nywhere (2001)

Este relógio obscuro apareceu brevemente em 2001. Com uma dock ligada ao PC através de uma porta serial era possível transferir até 128 KB de texto (cerca de 10x a quantidade neste artigo) de seus sites favoritos para a memória interna para ler mais tarde. Mas você teria que ler em uma pequena tela LCD de 2 linhas e 18 caracteres, o que soa como masoquismo. Criado pela World Network Limited, uma empresa de Hong-Kong, o Web-@nywhere foi anunciado principalmente através de catálogos de compras, o que explica porque poucas pessoas se lembram dele.

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Web-@nywhere

Fossil FX2001 Wrist PDA (2002)

A fabricante suíça Fossil entrou no mercado de relógios inteligentes em 2002 quando lançou o FX2001 Wrist PDA, que servia de complemento para um PDA ou “Palmtop” (lembra deles?) com o sistema operacional Palm OS e era capaz de exibir endereços ou compromissos transmitidos através de uma conexão infravermelha. O FX2001 não era capaz de rodar apps, o que limitou seu apelo.

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FX2001, da Fossil, podia mostrar informações de PDAs com Palm OS

Timex Ironman Data Link USB (2003)

Em 2003 a Timex fez uma grande atualização em sua linha de produtos Data Link ao permitir que os usuários instalassem diferentes programas, ou “WristApps”, neste relógio. O sistema de transferência óptica foi substituído por uma ligação com o computador através de um cabo USB. A Times oferecia em seu site várias WristApps, incluindo jogos e utilitários para auxiliar em exercícios físicos.

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Timex Ironman Data Link USB (crédito: Timex)

Microsoft SPOT Watches (2004)

No início dos anos 2000 a Microsoft fez experiências com a tecnologia de smartphones criando o Smart Personal Object Technology, ou SPOT, um nome bonito para aparelhos do dia-a-dia com computadores integrados. O primeiro uso da tecnologia foi em relógios que recebiam, através de uma conexão sem fios via FM disponível em algumas grandes cidades nos EUA, notícias e previsão do tempo enviadas pelo MSN Direct, um serviço por assinatura.

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Suunto n3 (esquerda) e Fossil Abacus AU4000 (direita). Relógios inteligentes com tecnologia Microsoft

Os dois primeiros relógios com SPOT e MSN Direct foram produzidos pela Suunto (na imagem acima, à esquerda, temos o n3) e Fossil (Abacus AU4000, à direita) em 2004. Mas o MSN Direct nunca foi um sucesso, e a Microsoft desativou o serviço em 2008.

Fossil FX2008 Wrist PDA (2005)

No mesmo ano em que anunciou o Wrist PDA (2002), a Fossil anunciou também um computador de pulso mais sofisticado, equipado com o sistema operacional Palm OS. Com isso ele era capaz de rodar quase qualquer aplicativo desenvolvido para os assistentes pessoais da Palm, o que o tornava um smartwatch muito versátil. Mas problemas com a produção adiaram o lançamento do produto até o início de 2005, quando foi recebido com desapontamento pela imprensa.

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Fossil FX2008 Wrist PDA: um verdadeiro computador de pulso

Citizen i:Virt W700 (2007)

Embora a Fossil tenha sido a criadora do primeiro smartwatch capaz de servir como extensão de um PDA, foi a Citizen que criou o primeiro capaz de obter informações de um smartphone via Bluetooth. O aparelho se chamava i:Virt W700, e foi lançado no Japão em 2007. A Citizen continuou a refinar sua linha de relógios inteligentes equipados com Bluetooth ao longo dos três anos seguintes, mas nenhum deles teve muito impacto fora de sua terra natal.

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Citizen i:Virt W700, o primeiro com integração com o celular via Bluetooth

iPod Nano de sexta geração com a Griffin Slap (2010)

É estranho, mas a era dos relógios inteligentes modernos não começou com o lançamento de um relógio, mas sim com a sexta geração do diminuto iPod Nano em 2010. Logo após seu lançamento a fabricante de acessórios Griffin Technologies anunciou uma nova “capa”, a Slap, que permitia que o iPod fosse usado no pulso como um relógio.

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6ª geração do iPod Nano "virou" relógio por causa de acessórios

Um mês depois nascia no Kickstarter (site onde os usuários podem "patrocinar" projetos que julgam interessantes) um projeto chamado “TikTok + LunaTik”, visando produzir pulseiras de relógio para o Nano, que arrecadou quase US$ 1 milhão e estabeleceu um novo recorde para projetos no site, ajudando a elevá-lo aos olhos do grande público.

Sony SmartWatch (2012)

Em 2010 a Sony-Ericsson lançou o LiveView, um acessório com uma diminuta tela OLED que podia ser conectado a smartphones Android via Bluetooth. Os críticos não gostaram muito. Dois anos depois a Sony revisou o conceito no SmartWatch, que fazia basicamente a mesma coisa, e também não agradou. Ainda assim ambos são notáveis por serem as primeiras tentativas de um grande fabricante de eletrônicos, embora nenhuma delas tenha sido bem sucedida.

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Sony Smartwatch tem apps e se comunica com o smartphone

Pebble E-Paper Watch (2013)

No início de 2012 a Pebble Technology, uma empresa baseada em Palo Alto, na Califórnia, começou um projeto no Kickstarter para completar o protótipo de um relógio inteligente baseado na tecnologia de papel eletrônico (E-Paper) e levá-lo ao mercado. O Pebble imediatamente chamou a atenção tanto pela tecnologia da tela, que consome pouquíssima energia e permite longa autonomia de bateria, como pela integração transparente com iPhones e smartphones Android via Bluetooth. Ele também pode rodar aplicativos feitos sob medida e, claro, mostra as horas.

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Pebble E-Paper Watch: sucesso absoluto no Kickstarter

A Pebble Technology pediu US$ 100.000 no Kickstarter, mas ao final da campanha havia arrecadado mais de US$ 10 milhões. O volume de pedidos acabou causando um atraso no lançamento, feito em janeiro deste ano em quantidades limitadas.

Fonte: IDG Now

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