segunda-feira, 16 de julho de 2012

Governo prepara decreto prevendo alta de alíquota para veículo mais poluente

Após cortar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para estimular as vendas de automóveis, o governo prepara um decreto exigindo mudanças nos motores para tornar os carros "made in Brazil" tão ou mais eficientes que os veículos produzidos nos Estados Unidos, Coreia do Sul, China e Japão.
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Até 2017, as montadoras terão que cortar, em média, quase um quarto das emissões de gás carbônico para evitar um aumento de imposto. Pela primeira vez, os fabricantes serão obrigados a assumir meta de eficiência energética. A medida ajudará o consumidor a reduzir gastos com combustíveis. O objetivo do governo, além de reduzir as emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global, é colocar a indústria brasileira em melhores condições para competir no mercado externo.

O Palácio do Planalto aposta que inovações tecnológicas, mais itens de conforto e maior eficiência energética tornarão os carros brasileiros mais cobiçados lá fora, recuperando as exportações. O pacote de exigências integra o regime automotivo 2013-2017, conhecido como Inovar-Auto. Atualmente, os carros saem de montadoras brasileiras emitindo, em média, 171 gramas de gás carbônico por quilômetro, rodado, número que cairá para 130 gramas em 2017, de acordo com as diretrizes do decreto.

A variação representa uma queda de 24%, mas estudos do governo avaliam que já há tecnologia disponível para atingir esse objetivo ao menos um ano antes do prazo previsto no decreto.

Metas

A norma, que ainda será analisada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, antes de ser submetida à presidente Dilma Rousseff, estabelece metas específicas por tipo de veículo. Os 130 gramas representam uma média das emissões, mas a eficiência vai depender da potência do motor, se trafegam na cidade ou no campo, se são veículos de passeio, de carga ou de transporte público.

Com a medida, o carro brasileiro entra na curva de eficiência da indústria automotiva mundial, mas ainda terá regras menos rígidas que as da União Europeia, sede de montadoras que têm fábricas no Brasil, como Peugeot/Citroën, Fiat, Mercedes-Benz, Renault e Volkswagen.

Financiamento

O decreto não menciona travas para empréstimos, mas o Ministério do Desenvolvimento acredita que bancos públicos usarão o decreto como sinalização. Se o governo exige tal parâmetro para dar incentivos fiscais, não faria sentido financiar fábricas em desacordo com estes padrões. O sinal é particularmente importante para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Com a adoção da meta de eficiência energética, fica quase pronto o novo regime de incentivos tributários para o setor automotivo. A partir de janeiro do ano que vem, as montadoras precisarão comprar autopeças nacionais, investir em pesquisa, desenvolvimento e engenharia local para evitar o pagamento de 30 pontos porcentuais adicionais de Imposto sobre Produtos Industrializados, cobrados pelo governo desde o ano passado.

O modelo prevê, ainda, redução de impostos para os fabricantes de autopeças, que deve ser anunciado nos próximos meses.

Fonte : artigo de Iuri Dantas e Marta Salomon para O Estado de São Paulo

Posted via email from Ramon E. Ritter

sexta-feira, 13 de julho de 2012

A Estratégia de RH Danosa da Microsoft


A Exame desse mês publica uma matéria mostrando como uma estratégia mal formulada pelo RH pode deixar uma empresa gigantesca e que deveria ter foco na inovação, para trás de seus concorrentes.

Já trabalhei em várias empresas de grande porte e conheço a capacidade de algumas para criar coisas ridículas quando se refere a relação com seus "recursos humanos". A forma de se avaliar os funcionários e colaboradores, definir metas e premiar os melhores com frequência é polêmica. Só que a Microsoft conseguiu se superar com seu modelo tacanho.

Segundo o artigo da jornalista Marcela Ayres, independente da qualidade dos membros de uma equipe, o chefe teria uma "cota" de avaliações para cada categoria: até 20% poderiam ser rotulados como excelentes, 70% seriam definidos como medíocres e 10% como ruins.

Ou seja, se você por acaso tivesse uma equipe composta apenas por excelentes profissionais seria obrigado a avaliar 80% da sua equipe como profissionais "fracos". Não é necessário dizer que isso gerou desde desânimo por parte dos funcionários como fez com que as pessoas focassem em resultados imediatos e em projetos com baixíssimo risco de dar errado.

O problema é que a inovação é resultado de se arriscar. E sabidamente colaboradores que precisam se preocupar com o emprego dificilmente arriscam algo.

Além disso, quando a concorrência é muito acirrada acaba gerando um efeito colateral extremamente danoso: as pessoas deixam de colaborar entre si, procurando "detonar" seus concorrentes. "Por que vou ajudar meu colega a resolver um problema de programação se isso poderá ajudá-lo a subir no 'ranking' da equipe?"

Obviamente o objetivo de toda empresa é crescer e gerar lucro. E para isso, os funcionários são recurso fundamental. Saber dosar motivação com incentivos ao aumento da produtividade é fundamental. Infelizmente em boa parte das empresas as "táticas de motivação" acabam gerando um ambiente de trabalho competitivo demais, gerando estresse e afastando os bons profissionais (hoje a preocupação com a qualidade de vida está cada vez mais valorizada e um local onde se sinta bem é primordial para isso).

Metas arrojadas de curto e longo prazo normalmente são conflitantes. Na área de software, cuja produção depende consideravelmente das pessoas, é preciso conciliar a produtividade do dia a dia com projetos para o futuro da empresa. Não é fácil, principalmente em um cenário mundial recessivo como o atual.

Empresas com ideias originais para promover uma integração positiva entre seu pessoal são a aposta mais certeira para existir por muito tempo. A solução para crescer e inovar com certeza não passa por fórmulas simplistas (se assim fosse todas adotariam), porém uma coisa é certa: incentivar uma competição acerbada entre os funcionários é receita garantida para o fracasso no campo da inovação.

A Microsoft que o diga...

A matéria completa da Exame pode ser lida aqui.